Por muito tempo, e por diversas razões, aqueles se dedicam as profissões mais abstratas e menos ligadas diretamente a idéia de ganho imediato e lucro, foram consideradas irrealistas e pouco práticos. Nesta crise que se encontra o mundo hoje – de valores , de relações, de esgotamento dos recursos naturais, de desequilíbrio de renda, entre os muito pobres (inúmeros) e os muito ricos (poucos), de infelicidades em vários níveis, me parece importante reavaliar estas visões. Na verdade, no caso de muitos criadores, não ha o desprezo pelo ganho material. O que há é um desejo de manter a integridade do trabalho artístico e de produção. E a partir desta integridade ganhar sim. E se possível ser bem remunerado. Mas também ha ocasiões e projetos, aonde o ganho não é o foco. A vida é mais complexa que apenas isto. Por que dar veneno e não o melhor que temos para as pessoas – o que é sério? Bom, neste jogo, em um mundo em grande desequilíbrio, vamos buscando manter nossa vida, trabalho e criação. Buscamos olhar pra frente , aprender com o vivido… e fazer a cada passo melhor, o que fazemos. Ou como ouvi outro dia – errar cada vez com mais qualidade… afinal, somos meros aprendizes.
(reflexões a partir dos 18 anos do Núcleo Contemporâneo).